Era como se fôssemos uma só vida. Nos encontrávamos nas quietudes.
Agora há demasiadas palavras entre nossos silêncios.
(Arte: Luiz Cadaval)
Era como se fôssemos uma só vida. Nos encontrávamos nas quietudes.
Agora há demasiadas palavras entre nossos silêncios.
(Arte: Luiz Cadaval)
no meio do cotidiano; – não era preciso grandes coisas: umas xícaras de café, um maço de cigarros; uns hábitos espontâneos e distraídos do mundo. A conversa com os pudores.
Estava a serviço.
(Arte: Luiz Cadaval)
Caminhava com a mancha do triunfo; sobre o mal, e agora que tudo estava enterrado, gozava de um sorriso vitorioso.
Tudo superado, e tudo, à sua volta, em seu corpo, apodrecendo – era demasiada a satisfação para que ouvisse seu nariz.
Assim intricava-se o cálculo da natureza incerta.
(Arte: Luiz Cadaval)
Pensou que, se a alegria do mundo se invertesse, seria feliz. Se o significado da felicidade fosse reestruturado, seria feliz. Se as pessoas que, dizia-se, viviam a felicidade, fossem vistas como portadoras da tristeza, seria feliz.
E o pensamento fez com que ficasse triste, e ansiasse pelo momento em que seria outro.
(Arte: Luiz Cadaval)
Quero te levar pra minha cidade. Essa que se mistura e se confunde com ela mesma. Quero te mostrar que não há cidade. Ainda que por força de algum hábito uma distância venha a nos desconhecer.
Mas mais que tudo, quero que a ouça. Com esses ouvidos que ela te deu.
(Arte: Luiz Cadaval)
Era um homem feliz. Até nos dedos dos pés, que gostava de agitar vez por outra, como se os fizesse rir.
Se morresse, e fossem falar de sua vida, diriam isso. Que era feliz. E diriam também do espelho que carregava consigo, e que a toda hora puxava do bolso; como se se perdesse caso não o fizesse (no qual se prendia cada vez o fazia).
(Arte: Luiz Cadaval)