segunda-feira, 23 de maio de 2011

Tremor


Na cabeça, o calculo. A beleza era bela por ser ela tão faltosa no cotidiano. E a desgraçada beleza era o maldito cotidiano. Descanso.



(Arte: Luiz Cadaval)

terça-feira, 3 de maio de 2011

Roda Viva


Isto é a vida, meus caros. É pelo teu olhar que ela acontece (embora ela gire seu eixo desumano e vos engane)




(Arte: Luiz Cadaval)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Juventudes


Era como se fôssemos uma só vida. Nos encontrávamos nas quietudes.

Agora há demasiadas palavras entre nossos silêncios.



(Arte: Luiz Cadaval)


sexta-feira, 22 de abril de 2011

Escrever


no meio do cotidiano; – não era preciso grandes coisas: umas xícaras de café, um maço de cigarros; uns hábitos espontâneos e distraídos do mundo. A conversa com os pudores.

Estava a serviço.



(Arte: Luiz Cadaval)

terça-feira, 19 de abril de 2011

se e somente se


Ele sentiu que sofria, e olhou em volta sentindo que também todos sofriam, e repetiu para si mesmo todos sofriam, e isto o confortaria se e somente se estivessem chorando.


(Arte: Luiz Cadaval)

domingo, 17 de abril de 2011

O Mal


Caminhava com a mancha do triunfo; sobre o mal, e agora que tudo estava enterrado, gozava de um sorriso vitorioso.

Tudo superado, e tudo, à sua volta, em seu corpo, apodrecendo – era demasiada a satisfação para que ouvisse seu nariz.

Assim intricava-se o cálculo da natureza incerta.


(Arte: Luiz Cadaval)

terça-feira, 12 de abril de 2011

A Outra Felicidade


Pensou que, se a alegria do mundo se invertesse, seria feliz. Se o significado da felicidade fosse reestruturado, seria feliz. Se as pessoas que, dizia-se, viviam a felicidade, fossem vistas como portadoras da tristeza, seria feliz.

E o pensamento fez com que ficasse triste, e ansiasse pelo momento em que seria outro.



(Arte: Luiz Cadaval)