domingo, 20 de março de 2011

A Distância


Pra ela a gente precisa criar olhos. Daqueles que não se cria e não se tem. Ela quem pede sem pedir. A gente que faz sem por que.

Quando está tarde, todos os nossos olhos com a vista cansada, as pálpebras todas entre bravamente erguidas e sonolentas, é então que ela vem. Então que ela gosta de nos pegar de surpresa, a maldita. Quando teríamos olhos apenas para a cama macia.

Ela e os olhos. E no entanto somos felizes.



(Arte: Luiz Cadaval)

Nenhum comentário:

Postar um comentário